Esporte e Psicologia

Olá seja bem vindo!!!
Se você gosta de futsal ou Psicologia do Esporte, entre e sinta-se a vontade.
Marisa

domingo, 12 de junho de 2011

PROXIMOS JOGOS

18/06/2011 08:00 


GINÁSIO OLARIA 88
 
Barão/Olaria 88/Show de Bola  
C.T.C.Vila Ema 


19/06/2011 10:00


GINÁSIO E.C. PROGRESSO 
 
Francisco Morato/E.C.Progresso
X Barão/Olaria 88/Show de Bola 

Psicologia do Esporte X Futsal para menores

A Psicologia e a Iniciação no Futsal 

Prof. Bruno Feltmann - ES
Publicado em 19 de outubro de 2006

A PSICOLOGIA E O FUTSAL NA INICIAÇÃO

Prof. Bruno Feltman - ES

De acordo com THOMAS (1983, p.25), “A psicologia do esporte examina processos e fenômeno psíquicos como ocorrências sensoriais, psicomotrizes, cognitivas, sociais, de personalidade, desenvolvimento educacional e de aprendizagem do campo de ação do esporte”.

A essa definição podemos acrescentar o pensamento de SINGER (1986, p.04), quando afirma que:

A psicologia dos esportes, como área de estudo, envolve muitos indivíduos de antecedentes diversos, com um interesse comum: conhecer mais sobre o atleta e o esporte. Quer relacionadas com o crescimento e desenvolvimento, personalidade, aprendizagem, treinamento ou psicologia social, as contribuições especializadas estão ajudando a destruir mitos e criar verdades.

Dessa forma, entende-se que a psicologia do esporte é um ramo da psicologia que estuda a relação entre o atleta e o esporte e as conseqüências que essa pode trazer ao praticante.

Isso posto, pode-se discutir alguns aspectos da psicologia do esporte que podem influenciar as crianças que praticam o futsal em escolinhas, como por exemplo a forma de liderança de um professor, as tendências agressivas dessas crianças, a motivação e a ansiedade e pressão sofridas por elas devido à experiência no esporte.

Os professores são considerados os líderes de uma equipe e devem possuir as seguintes características: atitude, personalidade, criatividade, flexibilidade e inteligência. Além disso, devem saber utilizar todas essas características respeitando os limites do grupo com o qual está trabalhando, mostrando que seu principal objetivo deve ser o de formação motora, cognitiva e social dessas crianças, independente de performance esportiva.

A psicologia do esporte é uma ferramenta importante para atingir esse objetivo. Existem professores que se utilizam dessa e conseguem orientar seus alunos com motivação, liderança e segurança e ainda promover interação em uma equipe e nível de ansiedade moderado, respeitando os limites de cada criança.

O que não acontece com outros professores que, ao perceberem que uma criança tem mais habilidade com o futsal, começam a dar mais atenção e a exercer maior cobrança sobre ela, perseguindo o objetivo de revelar jovens talentos em busca do próprio sucesso e se esquecendo de que ao ensinar esporte deve-se ensinar educação e promover a formação humana de todos os integrantes de uma equipe. Mas será que a maioria das crianças que participam de escolinhas de futsal, na faixa etária de até doze anos, tem condições de suportar certos tipos de intervenções, como por exemplo, sucessivas cobranças na busca do melhor rendimento?

A afirmação a seguir responde a essa questão:

No campo emocional começam a surgir, nas crianças de faixa etária entre seis e doze anos, os sentimentos de valor, segurança e equilíbrio emocional, quando consegue êxitos no domínio do próprio corpo, mas lhe faltam ainda os quatro elementos fundamentais que são: personalidade ajustada, carga agressiva equilibrada, estabilidade emotiva e resistência à frustrações (MUTTI, 1999, p.77).

Neste sentido, observa-se que a maioria das crianças até os doze anos ainda não tem uma estrutura psicológica para agüentar alguns tipos de cobranças que visem à performance. A questão é que alguns professores, muitas vezes frustrados no esporte, por vaidade e com o intuito de serem promovidos socialmente, ou mesmo por ignorância, querem que a criança se desenvolva rapidamente e desponte no esporte de forma precoce, o que pode trazer prejuízos inestimáveis para ela.

Um desses prejuízos pode ser o aumento das tendências agressivas. Determinadas atitudes de professores, como, por exemplo, instruir a criança a ganhar um jogo ou uma competição de “qualquer jeito”, “custe o que custar” podem gerar nela uma experiência de comportamento tenso e violento ou apático.
Além disso, a falta de participação em jogos, torneios e outros eventos também podem gerar na criança um comportamento agressivo e frustrador. Na maioria das vezes, a criança anseia entusiasmada, o evento esportivo que é visto como o momento de maior motivação para o aluno, e se ele não joga ou joga pouco, pode se irritar com o professor e seus colegas de equipe ou até mesmo se frustrar e desanimar do desporto. Assim, os professores devem estar atentos a isso, promovendo jogos em que todos os alunos participem em condição de igualdade.

Outro fator que pode levar à criança a tomar uma atitude agressiva ou apática é o resultado negativo em uma competição, jogo ou até mesmo em um coletivo. Certos alunos não aceitam a derrota e agem de forma agressiva com seus colegas de grupo ou abandonam a atividade. Por isso, os professores devem trabalhar desde as categorias de base a idéia de vencer e perder, transmitindo a importância da vitória, mas tendo em vista que derrota não significa o “fim do mundo” e que através dela pode-se observar os erros de uma equipe para posteriormente corrigi-los, sendo o fundamental estar sempre participando e buscando o melhor aprendizado.

A motivação é outra questão da psicologia do esporte que deve ser analisada nas crianças que praticam o futsal. Como em qualquer outra atividade esportiva, no futsal seus praticantes devem estar sempre motivados na busca de um objetivo. Existem ocasiões em que o principal incentivo pode ser o alcance de fatores externos, como por exemplo, uma recompensa, ter o nome impresso, ganhar um troféu, medalha ou elogio. Em outras ocasiões, o incentivo pode ser derivado de um impulso interno como alcançar o sucesso ou conseguir algo para a auto-realização. Sem a presença da motivação, a criança não praticará o futsal ou o fará mal. E, conseqüentemente, sem o treino, níveis melhores de aprendizagem não serão alcançados.

Geralmente, os principais motivadores dessas crianças são os seus professores. As formas como eles organizam seus treinamentos e aulas podem afetar a motivação do aluno. É importante que esses profissionais variem sempre as atividades realizadas, como, por exemplo, passando para seus alunos diferentes exercícios de passe, drible, domínio, cabeceio e, principalmente, chute a gol, em que existe maior motivação por parte das crianças. A repetição constante das mesmas atividades pode repercutir no desânimo dos praticantes.

Também é fundamental que os professores conheçam o lado psicológico de cada um de seus alunos, pois nem sempre a forma como se motiva um aluno é a que se motiva o outro. O pensamento de SINGER (1986, p.49) reforça essa questão: “... um treinador sensível deve estar consciente das necessidades de seus jogadores e a conhecer a grande variedade de técnicas motivacionais e a achar a combinação ideal para resultados positivos.”

A competição serve como uma excelente fonte de motivação no esporte. É nela que as crianças buscam várias recompensas, entre elas, a aprovação por parte da sociedade, do professor e do pai, a aceitação e a amizade por parte dos colegas e o nome impresso em um jornal e uma medalha ou um troféu. É necessário que o professor mostre ao aluno que existem outros motivos para que ele esteja impulsionado a praticar o futsal como buscar o desenvolvimento motor e cognitivo, a socialização e intercâmbio entre escolas e clubes e o constante aprendizado das técnicas específicas do desporto.

Da mesma forma que é utilizada como fonte de motivação, a competição retrata o principal momento em que se observa o estado de ansiedade e pressão sofridas pelas crianças que praticam o futsal. O torneio gera em vários alunos altos índices de ansiedade que são demonstrados, na maioria das vezes, através de nervosismo, inquietação ou apatia. Na véspera do campeonato, existem crianças que, por serem muito ansiosas, não dormem nem se alimentam de forma correta. Os professores devem estar atentos a essa questão transmitindo segurança e tranqüilidade para seus alunos.

A pressão em alguns casos pode estar relacionada com a ansiedade. Uma criança pressionada, muito cobrada, na maioria das vezes, fica extremamente ansiosa. Mais uma vez é na competição que é observada a principal ocorrência da pressão. Além de alguns professores que em determinados momentos do jogo cobram excessivamente dos alunos, sem respeitar seus limites físicos e psicológicos, a cobrança de certos pais também exerce grande influência sobre os seus filhos. Existem pais, muitos deles frustrados no esporte, que buscam nos filhos a promoção social e para conseguir esse objetivo não os poupam de cobranças, pressionando-os de forma agressiva e incorreta. A cobrança de professores e pais pode levar ao estresse físico e psicológico da criança, o que algumas vezes, acarreta no seu desânimo e abandono da prática esportiva.

Concluindo, também é de fundamental importância que exista a relação entre família e instituição de ensino com o objetivo de proporcionar um melhor aprendizado para o aluno, dando liberdade para que ele pratique o desporto sem nenhum tipo de cobrança e pressão. Assim, entende-se que é função dos professores e pais atuarem como motivadores, visando o melhor aprendizado da criança. Portanto, eles não devem agir como elementos de cobrança que possam inibi-la de praticar uma atividade saudável e prazerosa para o resto da vida.